Relógio de ponto com reconhecimento facial

Certamente já ouviu falar do relógio de ponto com reconhecimento facial, mas sabe como funciona este sistema funciona?

É bastante frequente haver inúmeros artigos que falam na existência de relógio de ponto com reconhecimento facial mas muito raramente nos debruçamos sobre como foi descoberto este sistema e quais as possibilidades que nos trará no futuro.

Apesar de ser associado facilmente considerado um software de ficção cientifica a sua rápida evolução e difusão esta a torna-lo parte do dia-a-dia das pessoas.

São vários os setores que utilizam este sistema como é o caso de:

  • Reconhecimento de indivíduos pela polícia
  • Controlo de fronteiras
  • Lojas
  • Tecnologia móvel, como telemóveis
  • Bancos
  • Finanças

Como surgiu o reconhecimento facial

Vamos agora dar um passo atrás no tempo e ver como surgiu o reconhecimento facial.

Os primeiros relatos desta tecnologia remontam à década de 60, onde Woody Bledsoe, Helen Chan Wolf e Charles Bisson trabalharam em conjunto para conseguir reconhecer rosto humano com recurso utilizando como recurso o computador.

Apesar da maior parte do trabalho nunca ter sido publicado, devido ao financiamento da investigação ter sido feito por uma agência de inteligência secreta, chegou ao conhecimento público que o trabalho envolvia a marcação manual de variados pontos de referência.

Os ponto de referência facial estavam situados em locais como:

  • Centro dos olhos
  • Boca
  • Nariz
  • Entre outros

Por forma a compensar os diferentes posicionamentos das pessoas estes pontos eram movidos matematicamente pelo computador.

As distancias desses ponto foram calculadas e comparadas entre imagens para determinar a identidade.

Apesar da descoberta ter sido “prejudicada” pela precária tecnologia da altura, este trabalho foi um marco importante para provar que a biometria facial era viável.

A evolução do reconhecimento facial

Já na década de 70 Goldstein, Harmon e Lesk decidiram pegar no trabalho desenvolvido por Bledsoe e os seu colegas.

Estes ampliaram o número de marcadores para 21, incluindo dados como a cor de cabelo e o formato dos lábios.

Apesar dos marcadores aumentarem a precisão do reconhecimento facial, as medições e locais dos marcadores precisa-vão ser feito manualmente , fazendo deste um trabalho moroso.

O final da década de 80 viu a aplicação de álgebra linear, um processo conhecido como Eigenface, desenvolvido por Sirovich e Kirby.

Este sistema mostrou através de inúmeras imagens faciais que era possível formar um conjunto de características básicas.

Este trabalho foi continuado por Turk e Pentland em 1991 que demonstraram os primeiros exemplos de reconhecimento facial automático.

Programa FERET

O programa FERET (Face Recognition Technology – Tecnologia de Reconhecimento Facial) foi lançado pela Agência de Projetos de Pesquisa Avançada da Defesa (DARPA) e pelo Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST).

Este projeto envolveu a criação de um banco de imagens faciais, com os dados a elas associados, nele estavam contidas 2,413 fotografia, pertencentes a 856 pessoas.

A intenção era estimular a inovação no campo do reconhecimento facial, permitindo obter resultados mais interessantes.

Em 2000 o NIST iniciou os testes de fornecedor de reconhecimento facial (FRVT), estes foram projetados para fornecimento de avaliações governamentais independentes.

Em 2006 o objectivo principal do Face Recognition Grand Challenge era promover e melhorar a tecnologia de reconhecimento facial existentes no governo dos EUA.

Esta tecnologia avaliou os algoritmos mais recentes disponíveis, como fotografias faciais com alta resolução, digitalizações 3D e imagens de íris.

Os resultados finais demonstraram que os novos algoritmos eram 10 vezes mais precisos do que os obtidos em 2000 e 100vezes mais precisos do que os obtidos em 1995, provando os avanços positivos do reconhecimento facial na última década.

Reconhecimento facial – Das redes sociais aos smartphones

A evolução do reconhecimento facial levou esta tecnologia até às redes sociais, onde em 2010 o Facebook iniciou a implementação da funcionalidade de reconhecimento facial permitindo identificar (com uma tag) pessoas que estão presentes nas fotografias.

O recurso gerou uma acesa polémica acerca da privacidade dos utilizadores, contudo esta polémica não afetou a popularidade do programa (Facebook) onde mais de 350 milhões de fotos são carregadas e marcadas diariamente.

A evolução a partir de 2010 foi gigante e em Setembro de 2017 a Apple lançou o primeiro iPhone com a opção de desbloqueio com FaceID, tecnologia da Apple que faz o reconhecimento facial.

Relógios de Ponto com reconhecimento facial – biometria

Os relógios de ponto com reconhecimento facial fazem parte dos relógios de ponto biométricos. Estes permitem o registo através da leitura facial dos funcionários, já registados, no estabelecimento onde trabalham.

No caso da leitura biométrica assinalar que a pessoa que pretende entrar não tem autorização para o fazer a entrada os meios físicos de controlo de acesso irão bloquear a entrada a essa pessoa.

A leitura biométrica trás inúmeras vantagens para as empresas, como:

  • Segurança
  • Fiabilidade
  • Rapidez
  • Integração e sincronização de dados
  • Gestão transparente
  • Extremamente difícil de falsear os dados

O futuro do reconhecimento facial

Com o avançar do tempo toda a tecnologia que o reconhecimento facial envolve avança de forma exponencial.

Vemos que a aplicação da tecnologia se difunde nas mais diversas áreas e o reconhecimento facial não é diferente.

Desde 2020 que existem tendências de utilização de reconhecimento facial a nível mundial que começam a ser definidas, como por exemplo

  • Lojas e fornecimento de atendimento personalizado com base no cliente
  • Lojas com atendimento feito por robots
  • Hotéis de diversas dimensões e tipo
  • Caixas de multibanco eletrónicas
  • Autocarros
  • Companhias aéreas

O reconhecimento facial pode acompanhar inúmeras necessidades das empresas e permiti-lo evoluir com recurso a esta tecnologia que apesar de relativamente recente ao publico já tem inúmeros anos de investigação e evolução.